domingo, 13 de fevereiro de 2011

DE DEODORO A DILMA “DA CENSURA A LIBERDADE DE IMPRENSA”

Enquanto o teatro Boa Vista exibia " Canção de Nápoles " o DIP invadia e se apossava do Jornal O Estado de São Paulo em março 1940
O jornalismo brasileiro, se antes tirava leite de pedra, diante de uma política ditadora, antiga, hoje ordenha ostras, no objetivo da saga continuada da informação, apurada, de qualidade, de fé publica. O exemplo vem da censura que o estadão vive a exatos quinhentos e sessenta e dois dias. Com precedentes.
Em março que se aproxima se completam setenta e um anos que o mesmo jornal foi invadido e tomado pelo DIP – Departamento de Imprensa e Propaganda- dirigido pelo jornalista Lorival Flores, subordinado pela presidência da republica, com a incumbência de censurar a imprensa e a produção cultural, além de coordenar a propaganda nacional interna e externa do regime militar. 1940, naquela data o DIP decreta a intervenção e toma posse do jornal O Estado de São Paulo, que ficaria sob controle do governo até 1945 no final do Estado Novo. O famigerado departamento além de criar a imagem de Getúlio, projetando uma falsa amizade pelas crianças, obrigava também o ensino público a incluir disciplinas de educação Moral e Cívica, buscava uma uniformização nacional sem precedentes. Saudar o ditador e surgimento do regime do Estado Novo era a palavra de ordem, como uma religião.
estadao
Bom seria dizer que estes tempos não voltam mais, porem vez ou outra se vê por ai os resquícios, as agruras da ditadura de quem tem o poder publico que nos legitimamos. Estadão 562 dias sob censura. Assim não da pra ser feliz.
De Deodoro a Dilma, uma excelente mostra deste jornal; não é apenas uma matéria que remete a situações anteriores de nossa historia, e sim um exame de consciência. Ai sim, remete à necessidade de revermos nossa posição diante de nossa responsabilidade enquanto jornalistas, enquanto sociais, homens públicos que temos o dever de informar, alertar e vigiar a nós mesmo. A nossa consciência. Nossa argúcia.
A nossa voz jamais será calada, tão pouco devera ser suprimida pelo autoritarismo, ditador em nome, seja lá do que for.
Calar Nunca mais.

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