PINHEIRINHO FOMENTA A GANANCIA A MISERIA E A HIPOCRISIA.
Quando uma localidade é tomada por pessoas que não tem onde morar e fazem dela o seu paraíso, com todas as dificuldades tentam sobreviver na esperança de que um dia aquele lugar seja realmente seu de direito, por mera esperança. Vã, efêmera, quando este lugar vale muito mais que o ouro, que imaginam valer aqueles que dali se apossaram. Falso Juízo. Sabem, e porem, se negam a crer que um dia perderão do nada que tem, o tudo que pensam ter, que não é seu, nem nunca o será.
Num lugar assim se acomoda todo tipo de pessoas; honestas, oportunistas, corajosos por tomar de outrem para si, ou meramente porque todos foram, e sendo assim, também pode ir. Certo dia aparece alguém e da à tão esperada e indesejável noticia:
"VOCÊS TEM QUE SAIR DAQUI. O JUIZ EXPEDIU UM MANDADO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE"
Isso, cai como uma bomba sobre as cabeças daqueles que agora não dormem mais, tão pouco, sonham com o paraíso que almejaram e pensavam tê-lo encontrado.
O tempo passa, ninguém se habilita a sair; mais rápido do que pensam chega o veredicto. Reintegração de posse.
Um oficial de justiça que vem acompanhado de um batalhão de oficiais que, encarregados do comprimento da justiça garantem o êxito da desocupação. Que um prefeito deixou para outro, um governador deixou para outro, um juiz deixou para outro, uma justiça deixou para outra. E o pobre coitado que não tem para onde ir só pode deixar para outro sonhar depois. Ao relento ou novamente de favores tenta por em dia o seu dia-a-dia, se é que se pode dizer que isso é um cotidiano, mais se parece uma peregrinação de penitente cuja sorte não lhe foi generosa. Subjugado, com o rabo entre as pernas, simplesmente se vai, sem ter para onde ir, qualquer esquina é um bom destino.
O cumprimento da lei é justo, o uso da energia dessas forças sempre cai como um martelo no dedão do pé daqueles que assistem tamanha brutalidade.
O estopim da bomba, a opinião publica pesa nas costas daqueles que poderiam mudar essa historia e nada fizeram. Não houve um trabalho social que arranjasse tamanha situação, que pudesse ser de serviço social para aqueles que ali se instalaram em busca de um abrigo digno, que se justificasse voltar ao lar a cada dia de trabalho e neste lar encontrar sua família, humilde, carente de seus direitos individuais, mas abrigada do sol da chuva, do frio e da noite vazia, d solidariedade vazia.
Caberia neste momento realizar os trabalhos sociais, pelos poderes públicos, que dantes não se deram causa. Tamanha desatenção choca profundamente qualquer cidadão que assiste de casa em seus confortáveis sofás, as suas magníficas telas. A sofreguidão daqueles esquecidos que se esqueceram que não tinham nada, se transforma em ódio e repudio. Os de má intenção sabem a força que estas imagens produzem no telespectador, e as provocam dando causa de força e violência contra o cumprimento da justiça. Guerra.
Essa é a realidade do Pinheirinho, o pinheirinho é a explicação, o conceito dos valores humanitários que nosso pais tem dado aos seus filhos, pelos governistas, há muito tempo.
Por outro lado, há de se observar que muita gente, mas muita gente mesmo, sonhavam com este resultado e o desejavam intensamente. Sim, isso mesmo. Não se manifestavam com palavras mas, muito alem delas, com atitudes; os veículos que trafegam nas proximidades do Pinheirinho o faziam com seus vidros das portas totalmente levantados, travadas acionadas e, não param ali nem pra tocar pneus furados. Todos os pequenos furtos nas proximidades lhes eram atribuídos sem a presunção da inocência, assim como toda fuga também lhe destinava por presunção, meramente.
Quanta hipocrisia nas ultimas manifestações de horror diante da guerra que se travou naquele lugar, quando a policia, a justiça foi instigada a reagir contra os que desmontam, destroem, provocam a violência, pilham os sonhos paradisíacos das pessoas de bem que alojaram naquela área, cujos destinos ninguém sabe ao certo informar. Aquelas atitudes de repudio aos pinheirenses se transformaram em palavras de ordem contra o que desejavam e praticavam desejar contra aqueles invasores joseenses
De seus gabinetes homens poderosos discursam descaradamente com um olho na repercussão e outro nas eleições que se aproximam. A contagem naquele lugar se deu aos votos que terão de ser reconquistados e não ao numero de pessoas que não tinham, não tem e não terão onde adormecer seus sonhos.
Até a próxima invasão conivente.

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