Cidade Nua de ruas sem vaidade.
Ta lá um corpo estendido no chão, seu rosto não traz a foto de um gol, tão pouco um homem sobre a mesa de um bar, fazendo discurso pra vereador.
Não tem camelô para vender anel, cordão e perfume barato, nem baiana para fazer pastel e um bom churrasco de gato.
Não tem santo às quatro horas da manha que baixe na porta-bandeira.
E mesmo assim, a moçada resolveu parar.
Parar de perceber que alem da pobreza propriamente dita existe também a pobreza de espírito, o falso moralismo, e uma hipocrisia farta de falsa modéstia.
(A imagem foi produzida em ocasião do velório de rafael Sperafio
na Catedral Cristo Rei na cidade de Toledo,PR em dezembro de 2007)
Quando a vida imita a arte, percebe-se que em muitos casos ela é completamente contraditoria. Prega peças e se desenrola em completa harmonia com o abstrato, com o imenso vazio da soldariedade. Ai passa a incomodar os ìmpios.
Pensando assim ...justifica-se o contraste com as grandes obras da MPB que cantou o cotidiano da Cidade Nua de ruas sem vaidade.
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