Ele é como o vento; não é rápido; mas é livre e, em sua liberdade tenta encontrar o sustento em suas caminhadas em uma velha carroça atrelada a um quase alazão que como ele também precisa comer. Mesmo assim ele sorri; meio que encabulado, parece ser muito tímido, às vezes quase envergonhado por sua posição diante de todo preconceito.
Um dia desses achou, no lixo, um livro “presente de natal’ — disse-me naquela ocasião. “Logo vou poder ler”; complementou, me dizendo que este ano iria pra escola; pois; sua mãe ira fazer as caminhadas de rotina em seu lugar, a fim de encontrar os papelões, plásticos, e outros objetos que muitas vezes acabam lhe servindo de utilidade domesticas, nas lixeiras da cidade. Material reciclável que colhe para obter o sustento da família; como a de meu amiguinho sonhador. Que sonha em poder ir à escola como os outros meninos de sua idade, e ao regressarem às suas casas encontram o que comer e um lugar digno para descansar seus pequenos corpos.
—“M” tem 13 anos e ainda não pode ir à escola porque precisa catar, colher nas lixeiras da cidade o provento de sua sustentação e de seus pequenos irmãos, que quando crescerem mais um pouco estarão também vagando pelas ruas da mesma cidade a procura da mesma sorte de “M”
Claudio Gonçalves
Homenagem aos pequenos trabalhadores “Catadores de lixo recicláveis”.
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